sábado, novembro 15, 2008

Um Orçamento de Ilusão

Ontem, o deputado Miguel Frasquilho foi o orador principal de uma conferência sobre o Orçamento para 2009, no Convento da Verderena, onde o classificou como "de Ilusão".

De facto, se há coisas que é ensinada numa das primeiras cadeiras de Gestão - Contabilidade Financeira I - é que na elaboração de qualquer relatório, demonstração financeira ou orçamento, têm de ser verificadas, entre outras, duas condições essenciais:

1) Veracidade, transparência e realismo da informação - os números devem ser verdadeiros, os agregados detalhados nas suas rúbricas e os dados devem ter a maior aderência à realidade, procurando integrar toda a informação disponível à data. Isto é, não estimar evoluções do PIB de 0,6% quando todos dizem que vai ser inferior, não estimar taxas de desemprego de 7,6% nem aumentos de receitas de impostos quando a economia estagna.

2) Uniformidade de âmbito, metodologias e pressupostos, assegurando a comparabilidade de dados - deve-se procurar tratar a informação de maneira semelhante, documentando em detalhe todas as alterações, mantendo as hipóteses assumidas. Isto é, não alterar critérios contabilísticos que fazem um anterior custo ser agora considerado investimento, não comparar rácios compostos por diferentes âmbitos nem evoluções de coisas díspares.

Tiago Alves

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